A Palavra do Bispo: “Se vivo, já sou eu, é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20)

Foto: Valéria Bulcão

Irmãos e Irmãs, sabemos que a vida cristã não se torna frutuosa sem uma intimidade com o Senhor por meio da oração, contemplação e meditação do seu Mistério. Todos somos chamados a crescer na amizade com Cristo no seguimento fiel que se constitui pela complementaridade entre a vida ativa na evangelização e a vida contemplativa na oração.

Nesse sentido, sentimos a importância do Retiro Anual do Clero, de 05 a 08 deste mês, seguindo os protocolos orientados pelas autoridades sanitárias no combate à pandemia.  Todo ano nos reunimos, como ministros consagrados, para uma pausa restauradora na nossa caminhada, em vista do fortalecimento espiritual e comunhão vocacional. A contemplação e o silêncio orante são uma fonte que jorra para fecundidade do nosso apostolado no mundo. A evangelização não se resume em “fazer coisas”, mas anunciar a Boa Nova do Reino prometido. Isso não seria possível sem ouvirmos, na oração silenciosa e coletiva, a voz dAquele que nos chamou, formou e consagrou.

Temos nos evangelhos relatos que testemunham a vida orante de Jesus (Cf. Lc 4, 1-13), assim como dos apóstolos e comunidades cristãs. “Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma…” (At, 2, 42-47). Essa prática está consagrada nas primeiras comunidades cristãs e se prolonga na tradição cristã, como podemos perceber na vida e testemunho de tantos santos e santas. Entre eles podemos recordar o Santo de Hipona, Agostinho: “Fizeste-nos, Senhor, para Ti e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti”. Sem dúvida, na oração nossa alma repousa e se fortalece em Deus para podermos cumprir a missão que nos foi confiada.

Neste ano, os apelos da alma e da vocação sacerdotal se tornam maiores diante dos desafios que enfrentamos nos últimos anos, particularmente a dolorosa realidade da pandemia, que de forma surpreendente nos afligiu e feriu o rebanho que o Senhor nos chamou para apascentar. Nos solidarizamos com todas as vítimas e, ao mesmo tempo, louvamos a Deus por todos que alcançaram a cura, podendo voltar ao nosso convívio. 

Pedimos a todos que se unam a nós em oração. Peçam a Deus para que nosso retiro frutifique em nossa ação pastoral na vida de cada um. Em comunhão na oração e na missão, seguiremos todos rumo ao Reino definitivo.

Publicado na edição de julho do Jornal A Luz

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