Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer registrou mais de 160 casos de linfomas nos últimos cinco anos

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Instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o mês de agosto ganhou a cor verde claro e foi escolhido para sensibilização e combate aos linfomas, através da campanha “Agosto Verde Claro”, que tem o objetivo de alertar sobre a importância do diagnóstico precoce destes tipos de câncer.

“As campanhas de conscientização são muito importantes para alertar para o diagnóstico precoce. O linfoma é um tumor que, quando diagnosticado precocemente, a chance dele ser curado é maior do que se ele for diagnosticado tardiamente. A conscientização para os sintomas iniciais é fundamental, já que são amplos e variados, na maioria das vezes passando despercebidos até para os especialistas e para os clínicos”, frisa André Aleixo, Médico Hematologista da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer.

Linfomas são um grupo de neoplasias originadas no sistema linfóide, local do nosso organismo onde habitam as células imunológicas, que são responsáveis pela defesa do corpo a agentes externos, como infecções.

“Não existe uma forma de se prevenir o linfoma. Existem alguns fatores de risco, que são poucos, mas que quando você inibe, acaba tendo uma diminuição da chance de se desenvolver o linfoma. Mas especificamente não se previne, se busca o diagnóstico precoce para uma maior chance de cura”, explica o Médico.

O Registro Hospitalar de Câncer (RHC) da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC) divulgou números que mostram que nos últimos cinco (05) anos a instituição registrou mais de 160 casos da doença. O público mais atingido é o da faixa etária entre 40 e 44 anos de idade. Por acometer vários órgãos, os sintomas podem ser variados, no entanto alguns devem ser observados com maior atenção.

“Classicamente os linfomas se apresentam através do aumento dos gânglios, que podem ser na região do pescoço, da clavícula, na região das axilas, região inguinal ou um aumento progressivo do baço. Geralmente são aumentos rápidos, indolores, podendo ser localizados ou distribuídos. Outros sintomas podem ser febre sem origem determinada, suores noturnos, que muitas vezes as pessoas precisam até trocar os lençóis que usam para domir e perda de peso sem motivo”, destaca Aleixo.

Dentre os diversos tipos de linfomas existem dois subtipos que podem ser classificados como principais, que são os linfomas de Hodgkin e não Hodgkin. De acordo com o especialista da Liga Mossoroense, os linfomas de Hodgkin são mais nodais, se apresentando em forma de linfonodos, sendo mais curáveis e podem ter maior incidência em jovens do que adultos em idades mais avançadas. Não é possível diagnosticar apenas olhando o paciente, mas são necessários exames patológicos para comprovar se é de um tipo ou outro.

No último ano, o estado do Rio Grande do Norte registrou 33 óbitos decorrentes da causa básica da doença, enquanto Mossoró registrou 05 óbitos. Já durante o período de janeiro a dezembro de 2020, 68 pacientes realizaram tratamento quimioterápico para linfomas no Hospital da Liga Mossoroense.

“O tratamento precisa ser realizado de acordo com o órgão acometido e com o subtipo do linfoma, onde temos mais de 40 tipos, sendo muito heterogêneo. Mas envolve quase sempre tratamento quimioterápico, com algumas exceções pode se usar tratamento apenas com antibiótico, para alguns subtipos de linfoma não Hodgkin no estômago. Geralmente, quase todos os pacientes de linfomas precisam de quimioterapia, associado ou não a radioterapia, dependendo se a doença está disseminada, se aquele órgão é passivo de radioterapia ou não. Já a cirurgia tem pouca influência, basicamente para se dar o diagnóstico”, finaliza o Médico.

Vencendo o linfoma

O Jornalista Pauferrense, Clístenes Carlos, descobriu que estava acometido por um linfoma de Hodgkin em julho de 2020. Este tipo de Câncer é desenvolvido no sangue e afeta o sistema linfático (células de defesas).

Ele conta que notou a perca de peso sem motivo aparente e que o pescoço estava um pouco inchado. Ao passar a mão, percebeu que existia um nódulo, que com o passar do tempo foi aumentando.

“Quando fui ao médico, ele solicitou exames de sangue e de imagem, depois foi preciso fazer a biópsia, para em seguida vir o diagnóstico. Graças a Deus, após os exames, conseguimos chegar a um diagnóstico rápido. Em cerca de um mês da primeira consulta, eu já estava iniciando o tratamento na Liga Mossoroense”, conta Clístenes.

O jornalista explica que inicialmente, o diagnóstico causou um certo impacto, porém vencer a doença o fez enxergar as coisas da vida de uma outra forma. “Receber o diagnóstico de um câncer não é fácil. É um misto de sentimentos que é até difícil explicar. Passar pelo processo de tratamento é uma batalha árdua, cheia de desafios. É uma roda gigante de altos e baixos”, explica.

Mas, como em muitas situações da vida, é possível extrair o lado positivo e aprender com essa grande luta. “Em tudo existe um lado positivo e posso dizer que o câncer também me fez bem, pois hoje vejo as coisas de outra forma. Me tornei mais humano, mais solidário. A gente passa a valorizar de fato as coisas simples e dar mais valor à nossa vida e as pessoas que estão ao nosso redor”, ressalta.

Fonte- Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC

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