Atenção, motorista. Prepare o bolso! Não bastasse a inflação nos preços dos combustíveis, o IPVA vai disparar em 2022.
Levantamento feito pelo PORTAL DA 98 FM mostra que, com o aumento de preços registrado no segmento de automóveis novos e usados, o valor do imposto estadual terá uma alta expressiva no próximo ano, especialmente entre os veículos mais procurados. O reajuste vale para o Rio Grande do Norte e demais estados do País.
Não é possível estabelecer um percentual médio de aumento no imposto porque os valores variam a depender do modelo do carro e do ano de fabricação.
Para se ter uma ideia do aumento, o IPVA no RN do Fiat Argo, carro mais vendido do Brasil em 2021 até agora, sairá de R$ 1.200, neste ano, para algo em torno de R$ 1.560 em 2022 – considerando o modelo mais básico e antigo (2018) –, o que representa uma alta de 30%.
Os donos de HB20, segundo carro mais vendido do País, também terão de desembolsar mais para ficar em dia com o IPVA. Se em 2021 o imposto girou em torno de R$ 920, vai pular para quase R$ 1.200 em 2022 – um aumento também de 30%. Os valores consideram o modelo mais básico e antigo em circulação (2013).
O terceiro carro mais vendido também terá reajuste expressivo no IPVA. Os donos do Renegade, que pagaram cerca de R$ 1.670 de imposto neste ano agora terão de desembolsar R$ 2.050 em 2022, isto é, 22% a mais, considerando o modelo mais antigo (2018) e básico em circulação no País.
Carros têm aumento
No Rio Grande do Norte, o IPVA corresponde a 3% do valor do veículo. Se for novo, para cálculo do imposto, vale o valor da nota fiscal. Já se for usado, vale o valor da tabela Fipe, que é atualizada mensalmente. Para esta reportagem, foram usados os dados de novembro de 2021. Ou seja, o preço pode sofrer modificações até o fechamento do ano.
Em todo o País, os carros têm subido de preço. De acordo com o IPCA, os carros novos subiram em média 11,27% do ano passado para cá. Entre os seminovos e usados, o aumento foi de 8,44%. Levantamento da InstaCarro revela que carros usados ou seminovos chegaram a ser vendidos por preços até 33% acima da tabela Fipe em setembro.
“Para se ter uma ideia, a relação entre a venda de carros usados e novos está no ponto mais alto de toda a série histórica realizada desde 2004 pelo Bradesco. Para cada automóvel zero quilômetro vendido no ano, foram comercializados 6,5 usados”, afirma o CEO da InstaCarro, Luca Cafici.
Em setembro, a plataforma, que apura mensalmente as maiores valorizações em relação à tabela FIPE dos veículos negociados por ela, identificou o Hyundai Tucson 2018 com uma valorização de 33,5%, despontando como primeiro lugar em um ranking de 10. O Chevrolet Tracker 2021 valorizou 12,88%, ocupando a segunda colocação, seguido da Mitsubishi L200 Triton 2018, com 10,3%.
Dentre os possíveis motivos para esse comportamento atípico do mercado, estão fatores como os reflexos do aumento dos custos e do câmbio da moeda. Além disso, soma-se o desequilíbrio entre oferta e demanda tanto de unidades novas quanto usadas. Os impactos da pandemia no fornecimento de matéria-prima para a produção de veículos já forçaram a paralisação das linhas de montagem de diversas montadoras não somente no Brasil, como em escala global.
PORTAL DA 98 FM