Documento 114 da CNBB “acalenta o sonho de sermos uma Igreja animada pela Palavra”

Imagem: Reprodução CNBB

Neste início do mês dedicado às Sagradas Escrituras, a Igreja no Brasil aguarda a segunda etapa de votações dos bispos para a aprovação do Documento 114 da CNBB, sobre a Animação Bíblica da Pastoral. O episcopado brasileiro está reunido desde o dia 28 de agosto até amanhã,02 de setembro, para tratar de diversos temas.

Dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética afirmou, em entrevista coletiva realizada no Centro de Eventos Pe. Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP), que não se trata apenas de um estudo, mas sim de um objetivo que a Igreja no Brasil quer traçar:

“Possamos nós, cristãos católicos, retornar aos primeiros dias do Cristianismo, a mais criativa na fase de evangelização da Igreja, evangelizando-se e servindo-se da Palavra. Esse documento acalenta o sonho de sermos uma Igreja animada pela Palavra“.

Segundo Dom Peruzzo, chegou o tempo de uma revisão, não para corrigir, mas para redescobrir aquilo que tenha marcado a década passada. Para ajudar na compreensão do que quer dizer “Palavra inspirada por Deus”, o arcebispo deu o seguinte exemplo:

“Uma jovem apaixonada que recebe uma carta do seu amado, abre a carta com pressa, lê, sorri, se encanta e até dá um beijo. Ela dirá que beijou a pessoa que escreveu… a ternura dela por ele se tornou letra. Ela acolheu, mas ali buscava ternura e a encontrou. Algo assim se pode falar da Palavra de Deus, a ternura de Deus, perpassou séculos e a história e se tornou essa letra e gostaríamos que essa letra [se torne] benção do Espírito de Deus.”

História do documento

O arcebispo contou como nasceu a proposta: 

“Em 2010, na época do então Papa Bento XVI, ele propunha na exortação pós-sinodal Verbum Domini, que a Igreja no mundo se empreendesse numa animação bíblica pastoral. Até ressalvava que não deveria ser um curso, um departamento ou uma espécie de meta para algum determinado período, mas que fosse uma realidade tão implícita à própria Igreja que transversalmente iria perpassar na sua inteireza, ou seja, um modo de ser e não apenas um modo de fazer. Que o cotidiano da Igreja, tudo que a Igreja empreendesse tivesse uma matriz, uma inspiração bíblica”.

De acordo com o arcebispo, aqui no Brasil há uma bela história dos círculos bíblicos, dos movimentos, da leitura popular da Bíblia, que se disseminou por todo país:

“Não foi apenas um método entre outros, mas uma espécie de encanto suscitado pelo Espírito Santo em meio ao nosso povo. E não apenas esses prosperam, mas tantas outras iniciativas centradas na Palavra de Deus se multiplicaram com alguns movimentos”, disse.

Fonte: Portal A12

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