Dados do Ministério da Saúde indicam que o Brasil apresentou a menor média móvel de mortes por Covid-19 desde o início da pandemia. Com as 46 mortes registradas até ontem, a média móvel no Brasil em decorrência da doença nos últimos sete dias é de 52, uma queda de 29,72%, na comparação com a semana anterior. O número é o mais baixo desde 5 de abril, quando a média móvel de mortes por SARS-Cov-2 estava em 50. É o segundo dia seguido que a média fica abaixo de 60.
A média móvel de mortes é calculada a partir da soma das mortes ocorridas num período de uma semana e divida por sete, número total de dias. Esse dado é usado por cientistas para entender a tendência da pandemia, conseguindo, assim, ter uma visão mais ampla do avanço da doença, ao escapar de oscilações que podem ocorrer, por exemplo, nos fins de semana, quando há menor capacidade de coleta de dados nas unidades de saúde.
De acordo com o infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Dr. Renato Kfouri, o baixo nível da circulação do do vírus da Covid-19 no país se reflete no comportamento das novas variantes.
“Mesmo a chegada da BA4 e BA5, que encontrou uma população altamente vacinada, não fez com que surgisse uma grande onda nova da doença no final do primeiro semestre, e os números caindo agora, especialmente pelo fato de muitos estarem imunizados e não há o surgimento de nenhuma nova variante no momento circulando”, frisou o médico.
Assim como Kfouri, o Ministério da Saúde entende que tal cenário se dá graças à imunização da população. Em nota, o órgão informou que “mais de 166 milhões de pessoas tomaram a segunda dose ou dose única da vacina – o equivalente a 78% da população brasileira”, o que explica os “baixos índices de contaminação e mortes pelo coronavírus”.
Fim da pandemia
Assim como o Ministério da Saúde, entidades internacionais também vislumbram o fim próximo da pandemia. Durante evento no quartel general da Organização das Nações Unidos (ONU), em Nova York, o secretário-geral da instituição, António Guterres, celebrou o crescente índice de cobertura vacinal mundial, principalmente entre populações de alto risco.
Na mesma cerimônia, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, pediu por mais um esforço para acabar com a crise sanitária. “Não chegamos lá ainda, mas o final está próximo”, afirmou Adhanom, reforçando que a comunidade internacional “nunca esteve numa posição melhor para findar com a emergência de saúde global causada pela Covid-19”.
O Ministério da Saúde reforçou que a vacinação é fundamental para a manutenção do controle da Covid-19, por isso “é necessário que todos os públicos elegíveis busquem os postos de vacinação para completar o calendário vacinal primário, além da aplicação das doses de reforço contra o vírus”, completou o órgão.
O infectologista Kfouri concorda com a relevância de completar a imunização. “É importante que tenhamos os esquemas vacinais completados. Todos acima de 12 anos com três doses; acima dos 40 anos, com quatro doses; e iniciar, o quanto antes, a vacinação das crianças, porque já temos vacinas aprovadas pela Anvisa a partir dos 6 meses de idade”, lembrou o especialista. Para ele, está mais que comprovado que o “esquema completo de vacinação é fundamental para que a gente continue evitando mortes, hospitalizações, formas graves” da doença.
O Ministério da Saúde informou que vai distribuir cerca de 1 milhão de doses do imunizante Coronavac, até o fim desta semana, para os estados vacinarem crianças de 3 a 5 anos em todo o país.
Fonte: Brasil 61