Essa ideia de dedicar todo um mês a Nossa Senhora não é nova. De fato, podemos remontar já à Idade Média uma devoção parecida, que nos meses de agosto e setembro, dedicava trinta dias nos quais se faziam exercícios piedosos para honrar Maria.
Essa devoção se chamava Tricesimum. Mas, com o passar do tempo, deslocou-se essa devoção para o mês de maio, por uma razão muito bonita: a primavera do hemisfério norte.
E são tantas as relações que podemos fazer da primavera com Maria. Antes dela, o povo de Israel vivia como em um inverno, esperando a vinda do Salvador.
Passaram por momentos difíceis como a escravidão no Egito, os anos que passaram no deserto, em caminho da terra prometida, ou o exílio dessa mesma terra, para viverem na Babilônia. Mas, no meio dessa dificuldade toda, havia esperança na promessa de Deus, de uma salvação, de uma libertação.
Essa salvação veio por Jesus que, por sua vez, escolheu vir até nós por Maria. Por Ela, nos vem a alegria total; por Ela nos vem a reconciliação. Pelo seu sim generoso, a terra dá o melhor dos frutos. E o homem, que estava na terra da dessemelhança, volta à amizade com Deus.
:: Rosário: caminho de contemplação
Em primeiro lugar, lembremos que, no hemisfério sul, maio não é primavera, mas outono. No hemisfério norte, portanto, é que se celebra a chegada da primavera nessa época. E é desse hemisfério é que vem tal devoção. Depois de ter isso claro, podemos pensar na primavera como fenômeno e ver as razões pelas quais é muito bonito e conveniente que seja na chegada da primavera que se celebre uma especial devoção dedicada a Maria.
A primavera é a estação que segue o inverno, período que pode ser muito rigoroso em algumas partes do planeta. Nesse inverno rigoroso, a vida é difícil, nada cresce. É preciso viver em uma maior austeridade. No inverno, vive-se, de alguma forma, em espera. Em espera da primavera que virá, com seu calor e vida nova. Primavera na qual florescerão novamente as plantas, na qual o solo se tornará fértil, mais uma vez, para produzir o sustento do homem.
Se o inverno é o tempo da espera, a primavera é o tempo da promessa, da realização da espera. Muitos são os artistas que buscaram plasmar em suas obras esse frescor primaveril. Para citar um exemplo, podemos nos remeter à famosíssima obra de Vivaldi, “As quatro estações”. Certamente, todos já estamos familiarizados com essa obra, mas talvez possamos voltar a escutá-la, buscando perceber essa alegria que o autor trata de mostrar.
Nesse mês dedicado a Maria, também celebramos a cada uma de nossas mães. E é muito interessante que assim o seja, porque é como se Maria, com todo um mês de celebrações, fosse o modelo para cada uma de nossas mães.
Que Nossa Senhora possa interceder por cada uma dessas mulheres, que assumem sua missão maternal com amor. E que Ela as forme para serem, cada vez mais, santas mães, espelhando-se em Sua própria santidade.
Fonte: A12 e Diocese de Mossoró